sexta-feira, 9 de novembro de 2007

CONTOS TECNOLÓGICOS DE QUALIDADE - 09 - Um pessoa normal, ou a História de um Gerente de Projetos com Deficiência Física


Contos Tecnológicos: Um pessoa normal, ou a História de um Gerente de Projetos com Deficiência Física


Texto:


"Bem... era uma vez...". (Podia começar assim como todo conto de fadas, ou alterar o inícío porque os fatos imaginários são fortes, e devemos ser fortes porque não somos perfeito) Eis um novo início:

Num escritório de uma empresa, num lugar não muito distante de nossa imaginação vemos um fato que poderia ter existido em qualquer lugar. Isto aconteceu a muito tempo atrás...

(será que acertei, mas isso não importa. o que importa agora são os personagens e decorrer dos acontecimentos)

A empresa era nova, cerca de uns 3 anos de vida, mas o seu principal gerente de projetos havia se demitido. Ficou de saco cheio de tanta pressão. Partir pra outra como dizem.

A equipe deste gerente que saiu, ficou sem pé e nem cabeça. O prazo para a entrega do sistema XPTO-versão-1.2.1 estava curto. O dono da empresa podia realocar um gerente de outro projeto mas ninguém queria pegar o "pepino". "Passa pra outro a bomba", era o que mais diziam.

Resolveram contratar um novo gerente. Fizeram uma seleção de 3 dias e no quarto o novo gerente estava contratado. O curriculum do novo contratado era bom. "Ele tem de dar conta", era o que o dono da empresa dizia. Mas o fato é que o que ele fez foi baixar o salário e contratar alguém rápido. Mesquinharia era caracteristica mais marcante em sua personalidade.
Quando o novo gerente foi apresentado, a equipe (eram três programadores, três analistas, 2 testadores, e um estagiário) ficou surpresa: o gerente, de braços fortes e voz grossa e firme, era paraplegico. As suas pernas eram não funcionavam devido ao um acidente de carro a vinte anos atrás. Seu olhar firma mostrava a determinação que ele queria passar para a equipe. "Os prazos estavam atrasados", era o que dono da empresa sempre dizia.

A cara de todos era de espanto. Foram contratar logo um paraplegico? O preconceito era claro, por parte de pelo menos metade da equipe. Logo o novo gerente percebeu fato quando iniciou as suas reuniões. Eram perguntas, indiretas, piadinhas. Todos se esqueciam do foco do projeto para questionar a sua liderança.

Depois de tanto estresse, ele resolver aloprar: chamou a equipe para uma reunião. E começou pegando pesado:

-Quero avisar que já percebi o proconceito, para comigo por ser paraplegico.
-Mas chefe...

-Por favor, João, deixe eu terminar. Ninguém é perfeito, mesmo o software que vamos entregar terá defeitos que não podem ser 100% resolvidos. Vamos eliminar o que estamos vendo. Eu cometido um erro no volante, e paguei caro por isso. Volante não era local pra brincadeira. Eu brinquei e quase dançei.

Aprendi uma coisa: o que não me matou, me tornou mais forte.

Mais forte por dentro.
Eu estava quebrado emocionalmente por dentro e foram anos de luta interna. Eu não desisti. Eu aprendi muita coisa gerenciando projetos, levantando requisitos, e lidando com pessoas. Nos vamos conseguir acertar o prazo. Em equipe se trabalharmos vamos conseguir. Mesmo com a pressão enorme, vamos conseguir. Porra, se eu consegui superar, vocês conseguem. Ninguém é perfeito. Algumas imperfeições estão do lado de fora, e outras do lado de dentro. Mas a pior falha, é a falha da equipe. É quando um grupo inteiro não encherga seus próprios erros. Eu estarei aqui nas próximas 40 horas. Vamos virar a noite, pedir pizza e vamos acertar tudo. Se conseguirmos vou pedir um bonus maneiro pro do "chefão". Porra!!

-Pô chefe, não precisava pegar tão pesado...

-Vamos a luta galera!

Vou resumir: o cara mexeu com os brios da equipe. O cara fez a equipe atingir seus objetivos. O "cara" transformou um bando numa equipe. O dono da empresa teve de reconheçer os méritos da equipe e deu o bonus. O cara era o "cara"...

No final do projeto, tinha um chato que ainda falava: sabia que o chefe é torcedor do América? Pô!.... ninguém é perfeito mesmo...

(podia dizer que o conto-de-quase-fadas acabava aqui, mas não. Como não teve comercial, digo patrocinador, vou terminar da maneira mais simples: plim-plim)
Escrito por: Leonardo Molinari

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