terça-feira, 19 de junho de 2007

CONTOS TECNOLÓGICOS DE QUALIDADE - 01

Pessoal, segue abaixo o inicio de uma série de Contos que escrevo que são voltados para aproximar o leitor da Qualidade diária:

TÍTULO: A Guerra-dos-Requisitos, ou A Ameaça Vinda do Cubículo Distante


Ano: 2000-e-la-vai-fumaça, Hora: Naquela hora do cafezinho.

Local: o seu cubículo, ou o seu cantinho de trabalho.


Como tudo começou:


O Usuário-Robot-Maquiavélico entra no meu cubículo, e coloca claramente:

-Temos uma nova necessidade. È um requisito Funcional de Performance, baseado nos Diagramas Seqüência 33 e 57, e no Caso de Uso Buraco Negro.


Não dá nem tempo de acabar de tomar o cafezinho e contra-ataco:

-Tudo bem e tudo mal. Onde está o e-mail formalizando a necessidade? É possível ser mais especifico no que você precisa? O bom é que você está aqui e pode me ajudar.


A bomba estava apenas explodindo. Porém o usuário deu um sorrisinho sarcástico e deu uma piscadela:

-Tenho 3 reuniões hoje e preciso disto resolvido e implementado para 22 horas de hoje. Trouxe aqui o ArTudoLindo como testemunha, e qualquer dúvida fale com ele, mas tem de ser logo.


Não tinha nem visto o “capacho” que estava encostado de lado na estrada no cubículo:

-Quem não tem cão caça com gato. Um bom dia pra você!


O problema é que o “capacho” sentou-se e resolveu contar a sua vida... para ai sim esclarecer uma ou outra dúvida, mas sempre muito evasivo. Em pouco mais de uma hora ele se foi de volta para o seu cubículo e deixou a bomba em meu colo.


O fato é que precisava entender tecnicamente o requisito. Aí a Guerra se iniciou. Não tinha jeito, precisava falar com o “outro”... Os requisitos contradiziam o que já estava escrito e teriam impacto gravíssimo. Chamei o Usuário-Robot e tive que confrontá-lo com o “outro”.... Papo de cafezinho virou paulada de panela... Dentro em pouco já havia mais 10 pessoas na discussão e o pânico tomou conta:

-Se este requisito passar será o caos.... não!!!!...

-Meu Deus!!! Todos seriam impactados por estas mudanças...


Chegava a ter torcida. Uns contra e outros a favor. No final deu empate. Ao fim os dois colocavam:

-Eu implemento X e Y e mudo apenas o meu processo.

-E Eu apenas mudo meu processo.


Saí de fininho e a “bomba” já estava com outro.

Moral da História (sem isto não haveria graça!): Requisito precisa vir por escrito e documentado. De boca não dá certo. Em uma briga de conceitos, deixe os donos dos conceitos se entenderem. E acima de tudo requisito não é bomba, requisito é necessidade.


Escrito por: Leonardo Molinari

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