segunda-feira, 4 de abril de 2011

Entrevista com Rodrigo Zauza Passos da MZP - Diretor de TI

Pessoal,

o blog aqui não para. Sim. Está de volta turbinado e com matérias, análises e muito mais. Quem avisa amigo é: passem por aqui todo dia. De uma hora para o blog tem coisa nova e as vezes pode "pintar" informações quentes que podem interessar a muita gente.

Vejam a entrevista abaixo com o Diretor de TI da MZP Software Testing. Acredito que tem coisa ótima e uma visão inteligente e crítica da realidade do mercado de testes. A entrevista não foi alterada ou modificada. Está "na lata"  ou "no original". Bem legal. Vejam o resultado.

Bom proveito.

Abraços,

Leonardo Molinari
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                    (foto de Rodrigo Zauza Passos)


 


MOLINARI: Pessoal, depois de algum tempo estamos de volta com as entrevistas aqui no Blog. O entrevistado de hoje é o diretor de área técnica da MZP Software Testing, Rodrigo Zauza Passos. Obrigado por aceitar a entrevista. A idéia aqui é conhecermos o seu trabalho e novas tendências de mercado (em testes principalmente). Tudo bom? Primeiro, por favor, conte um pouco da sua trajetória profissional até chegar onde vocês está hoje. Os leitores do blog gostam disso.

RODRIGO: Minha jornada profissional na área de TI já tem 20 anos, aonde atuo como Analista/Programador de sistemas em PL/SQL. Nos últimos 10 anos, especializei-me na engenharia de testes de software, dando ênfase a 3 pilares: QC (Quality Control), QD (Quality Design) e QA (Quality Assurance). A longa jornada possibilitou-me vivenciar várias plataformas tecnológicas (alta e baixa), ter contato com várias bolhas de tecnologia,  passar por várias empresas (públicas e privadas - de vários tamanhos) e presenciar o nascimento e morte de muitas, muitas ferramentas.

MOLINARI: Vamos a um ponto importante no atual estágio dos testes. Você é favor dos profissionais que se certificam fortemente ou dos que tem larga experiência em testes? O que você acha?

RODRIGO: Bom, na minha singela opinião, fico com a terceira alternativa da sua pergunta: como diretor de TI sou a favor daqueles que têm vários certificados, pois para a empresa isso é excelente (principalmente no que tange à participação em licitações); como gerente de projeto, prefiro aqueles que tem mais experiência em testes e saibam agir sobre pressão (pois os milestones em projetos de clientes dificilmente são adiáveis e certificados não garantem o sucesso da empreitada).


MOLINARI: Certificação ajuda ou não ajuda e quais os problemas das certificações hoje em dia?

RODRIGO:  Sinceramente, só ajuda para um processo seletivo e nada mais. Dificilmente, um técnico cheio de certificados tem um salário que merece (pelo menos no Brasil é assim). Os problemas das certificações atuais é que existem várias correntes de pensamento sobre a matéria e isso confunde a cabeça das pessoas. Acho que antes de procurar uma certificação profissional, a pessoa tem que estudar a relação custo-benefício sobre a empreitada (qual o efetivo retorno disto para carreira da pessoa)

MOLINARI: O que um testador precisa saber hoje em dia? O que você recomenda?

RODRIGO: Minha análise é puramente contextual: depende da atividade para qual ele foi contratado. No meu conceito, um bom testador é aquele especialista em generalidades, que conhece de testes funcionais, performáticos, de segurança, etc; é aquele que sabe lidar com as ferramentas open-source mais utilizadas do mercado e aquelas dos grandes players (HP, IBM, Microfocus,etc.); é aquele que tem conhecimento em processos de governança em TI ... A recomendação é simples: nunca pare de estudar, leia muito, gaste a massa encefálica usando e abusando na criatividade em suas tarefas diárias (isso é o diferencial competitivo)

MOLINARI: Alguma tendência em testes hoje em dia?

RODRIGO: Sim ... serviços de consultoria que garantem a migração, sincronismo e integração de processos corporativos utilizando qualquer ferramenta ERP.

E a MZP detém este conhecimento: recentemente migramos um ERP (e todos os seus processos) do maior player de mercado para outro ERP de uma empresa de software nacional. Foram 8 longos meses de projeto. E o resultado foi muito satisfatório: processos foram redesenhados, todos os dados foram extraídos, transformados e carregados (e devidamente atestados) com sucesso para a nova ferramenta.

MOLINARI: Testes Off Shore são um nicho de mercado que pode ser útil ao Brasil?

RODRIGO: São sim. Tem espaço pra todas as empresas da área. Afinal, o Brasil está em evidência na economia mundial. E nós da MZP, já temos experiência em alguns cases de sucesso.

MOLINARI: O que você acha da nova tendência que existe hoje que afirma que testar é facil e que qualquer um pode testar ? Popularização ou falsa propaganda ?

RODRIGO:  A complexidade de se testar algo está diretamente ligada à capacidade encefálica daqueles que o fazem e à criticidade da empreitada. No meu entendimento, quanto mais alto for a exigência de SLA sobre os serviços prestados, maior deve ser a capacidade intelectual/produtiva da equipe alocada. Ex: ao contrário do que muitos pensam por aí, um bom testador tem que ter sim lógica de programação (requisito básico para utilizar as várias ferramentas de testes que temos hoje em dia, devido às TDLs proprietárias)

MOLINARI: O que você acha das empresas prestadoras de serviço que focam somente no custo e enganam os clientes dizendo que ofereçem um ótimo serviço? Ja soube de casos que empresas que realizaram serviços de testes e os seus consultores eram profissionais que nem sabiam testar direito.

RODRIGO: Infelizmente este é o “lado negro da força”. Existem empresas picaretas no mercado, que contratam tatus-de-chuteira júniores, dão um “banho de loja” neles (treinamentos básicos em testes) e fazem alocação de mão-de-obra em seus clientes. Tais empresas faturam em escala: em média, 20% para cada recurso alocado. Quanto mais tempo o técnico ficar no cliente e consumir o banco de horas acordado, melhor será o faturamento. O cliente que não entende patavina nenhuma sobre a matéria, fica na maioria dos casos com a sensação de que o processo/produto inspecionado é uma titica (e nem sempre isso é verdade, pois foi mau-testado, na realidade). Se conheço CASOS ??? Ora, volte-e-meia alguns  nos chegam pelos 4 ventos, mas isso é um bom bate-papo pro happy hour .....


MOLINARI: Como é seu trabalho na MZP e como isso tem ajudado aos clientes?

RODRIGO: A MZP é uma empresa pequena, flexível e eficiente. Estamos reformulando algumas áreas da empresa e a nossa meta é ter um crescimento sustentável de 20% ao ano. Os clientes MZP são atendidos pelos nossos profissionais que geram soluções inteligentes e criativas para inspeção de artefatos documentais, de softwares e até processos corporativos. Tudo isso sob a nossa batuta.

MOLINARI: Algum diferencial no seu trabalho? Qual o segredo do seu sucesso?

RODRIGO: Criatividade e resiliência: este é o principal diferencial que ofereço à MZP como profissional.

MOLINARI: Alguma boa experiência (ou mais de uma) que deseja compartilhar?

RODRIGO: Por pertencer a uma escola contextual, muitas das minhas idéias prevalecem sob outras escolas de pensamento (analítica, qualitativa, etc). Se você pensar, em qualquer atividade humana existem 3 pilares básicos: métodos, ferramentas e pessoas. Melhores métodos e ferramentas dependem das pessoas que o usam. Muitos projetos falham não por causa dos métodos e ferramentas e sim de pessoas que estão desfocadas com o comprometimento do sucesso sobre a empreitada. O desafio é convergir interesses. Por isso, não somos na MZP defensores de bandeiras, doutrinas ou ferramentas. Conhecemos um pouco de tudo e sugerimos as melhores e as mais eficiente soluções para nossos clientes.


MOLINARI: Quer acrescentar algo mais?

RODRIGO: Bom, para aqueles que chegam à área de testes, sejam bem-vindos, pois vocês estão na bolha atual da tecnologia da informação:  eficácia na qualidade de serviços prestados usando TI.  É um tesão trabalhar nesta área, pois a gente aponta aonde estão os problemas e outros se viram para arrumá-los !!  :)


MOLINARI: Obrigado pela entrevista e espero que ajudem a todos. Abraços.

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